Reino Protista – Características dos Protozoários | Resumo

protozoários

O reino protista é constituído pelos protozoários, animais unicelulares, microscópicos vivendo isolados ou em colônias, constituindo os representantes mais primitivos do reino animal. Conheça a seguir tudo sobre esses animais microscópicos.

Características dos animais do reino protista

A forma e tamanho dos animais que constituem o reino protista é bastante variada. Alguns tipos de protozoários apresentam uma membrana delgada, o que acarreta em uma grande variação de formatos. A presença de membrana espessa limita os tipos de formatos existentes, podendo-se encontrar indivíduos com células esféricas, piriformes, estreladas, etc.



Geralmente são microscópicos, nunca ultrapassando algumas dezenas de micra. Existem, no entanto, formas consideradas gigantes, que podem ser vistas a olho nu, como, por exemplo, o ciliado Spirostomum alcança 5 mm e o Porospora gigantea, parasita de crustáceos marinhos, atinge 16 mm. Os Nummulites, protozoários fósseis, alcançavam 20 cm, estando entre os maiores do reino protista.

Protozoários de vida livre

Os protozoários são animais do reino protista que podem ser segmentados em dois grupos de habitat: os de vida livre e os que vivem associados com outras espécies.

Protozoários de vida livre são todos os unicelulares, nas suas manifestações vitais, estão ligados ao meio líquido ou ambiente úmido. São animais em sua grande maioria aquáticos, com uma vasta distribuição em lagos, rios e oceanos, movimentando-se de maneira isolada ou agrupados em colônias.

Podem fixar seu substrato utilizando-se de um pedúnculo. Outros espécimes desses animais do reino protista podem ser encontrados em pântanos ou mesmo em geleiras.



Protozoários em associações

Os protozoários em associações são dos tipos:

  • Comensalismo: Os protozoários comensais vivem associados a outras espécies, sem prejudicá-las, ingerindo restos de alimento. Ex.: Entamoeba coli, que vive no organismo humano.
  • Simbiose: É o tipo de associação dá qual resultam vantagens recíprocas para as duas espécies associadas. É o caso do Trichonympha que vive no intestino dos cupins, onde digere a celulose.
  • Parasitismo: Há uma grande quantidade de protozoários que podem sobreviver como parasitas humanos. Ex.: Trypanosoma Cruzi (doença de chagas), Plasmodium vivax (malária), Entamoeba histoystica (disenteria amebiana) são alguns dos mais conhecidos exemplos dessa classe de animais do reino protista.

Estrutura dos protozoários

No corpo unicelular dos protozoários reconhecemos:

  • Membrana;
  • Citoplasma;
  • Núcleo;
  • Orgánulos.

protozoário-estruturaMembrana

Todos os protozoários possuem o corpo revestido por uma delgada membrana que exerce três importantes funções: proteção, contenção do protoplasma interno e osmose. Os rizópodes (amebas), animais bastante conhecidos do reino protista, possuem membrana, extremamente delgada, o plasmalema. Os flagelados já apresentam membrana mais diferenciada, o periplasto ou película.

Nos ciliados a película mais diferenciada apresenta-se esculturada com trabéculas formando mosaicos. Nas gregarinas o ectoplasma secreta uma espessa cutícula formada por compostos nitrogenados. Nos dinoflagelados a superfície celular é recoberta por uma membrana esquelética constituída por placas celulósicas.



Citoplasma dos animais do reino protista

O citoplasma fundamental dos animais do reino protista aparece geralmente dividido em duas partes: ectoplasma e endoplasma. O ectoplasma é a parte periférica, mais viscosa e hialina, sendo pouco granulosa. O endoplasma é a porção mais interna, menos viscosa e de aspecto granuloso. No endoplasma aparecem o aparelho de Golgi, o condrioma, vacúolos digestivos e contrácteis, bem como outras estruturas celulares típicas.

Núcleo

O núcleo apresenta os mesmos componentes que o núcleo dos metazoários, isto é, carioteca, cariolinfa, cariossomos e nucléolos. Geralmente os protozoários são uninucleados. Entretanto, há protozoários binucleados como Giardia lamblia e plurinucleados como a Opalina ranarum.

Nos animais ciliados do reino protista observamos o dimorfismo nuclear, com a existência de dois núcleos, o macronúcleo com função vegetativa e o micronúcleo com função reprodutiva e genética. Outros ciliados possuem macro e micronúcleos em número variável.

Orgânulos

Nos unicelulares todas as funções fisiológicas são executadas por uma única célula, o que determina o aparecimento de diferenciações estruturais relativas às funções de nutrição, proteção e locomoção dos animais do reino protista.

Tais diferenciações comparáveis a órgãos de metazoários são denominadas orgânulos ou organelas e constituem partes de uma célula.

Nutrição dos protozoários

Podemos segmentar a nutrição dos protozoários em:

  • Nutrição holofítica;
  • Nutrição holozóica;
  • Nutrição saprozóica.

Nutrição holofítica

A nutrição holofítica ou autotrófica, ocorre nos fito flagelados que possuem cromatóforos, realizando a fotossíntese; vivendo como vegetais, elaborando seu próprio alimento orgânico, utilizando substâncias minerais como matéria-prima.

Nutrição holozóica

A nutrição holozóica é a mais frequente e feita pela absorção ou ingestão de alimento orgânico pelos animais do reino protista. Neste tipo de nutrição, podemos considerar diversos sistemas de digestão, em função dos diversos tipos de complexidade estrutural. Em formas mais simples como os esporozoários e tripanossomos, o alimento líquido penetra na célula por osmose, sendo diretamente assimilado pelo protoplasma. Em formas mais evoluídas, a ingestão de partículas sólidas é feita por fagocitose ou pelo citóstoma.

Nutrição saprozóica

A nutrição saprozóica é realizada por meios livres que absorvem substâncias orgânicas em decomposição.

Regulação osmótica no reino protista

Os protozoários de água doce são animais do reino protista que vivem em meio hipotônico, isto é, menos concentrado que o seu protoplasma. Disto resulta uma constante absorção de água por osmose, tendendo a diluir o protoplasma. O excesso de água é eliminado através de vacúolos contráteis. Nas amebas o vacúolo vai sendo formado gradualmente pela fusão de vacúolos menores.

Enquanto o volume do vacúolo vai aumentando, o citoplasma, forma em tomo do mesmo, uma membrana de condensação protoplasmática. Ao se contrair, o vacúolo elimina o excesso de água para o meio externo.

Exemplo: Paramécio

paramécio

No paramécio, pequeno animal do reino protista, existem dois vacúolos contráteis, rodeados por 6 a 11 canículos coletores. A água vai sendo absorvida pelos canais coletores que entram em distensão. Quando alcançam volume máximo, contraem-se eliminando o conteúdo para o vacúolo central que se dilata (diástole) e depois se contrai (sístole) eliminando o conteúdo através de diminuto poro excretor.

Os dois vacúolos trabalham alternando as sístoles em intervalos de 10 a 30 segundos. A velocidade de contração dos vacúolos contráteis depende da temperatura ambiente e da quantidade de água contida no protoplasma.

Excreção dos protozoários

Dos processos metabólicos que ocorrem nas células dos animais do reino protista resultam os catabólitos, substâncias tóxicas que devem ser eliminadas pela célula, através da função excretora. Na maioria dos protozoários os catabólitos são excretados por difusão, através da membrana celular.

Quando existem vacúolos contráteis, estes também servem para coletar catabólitos que são depois excretados pela sístole vacuolar.

Respiração dos animais do reino protista

Em relação à atividade respiratória dos animais do reino protista, os protozoários podem ser divididos em aeróbios e anaeróbios.

  • Aeróbios: Vivem em meio contendo oxigénio, não possuem orgânulos especiais para a respiração, sendo as trocas gasosas (absorção de 02 e libertação de CO2 ) feitas por difusão através-da membrana;
  • Anaeróbios: Vivem em meio desprovido de oxigênio, realizando processos de fermentação.

Sistema neuromotor

Com base em estudos realizados, animais ciliados do reino protista foram descritos como sendo constituídos por uma massa central chamada motorium, de onde partem fibrilas que entram em contato com os grânulos basais dos cílios. O corte de fibrilas determina a falta de coordenação no movimento ciliar. Função idêntica seria realizada pelo cinetoplasto dos flagelados.

Sistema sensorial dos protozoários

Funcionam como órgãos sensoriais tácteis dos protozoários os cílios e flagelos. Como orgânulo especialmente diferenciado aparece o estigma. Existe ainda um sentido químico permitindo o reconhecimento do alimento a distância e consequentes reações quimiotácteis.

Reação aos estímulos

Os protozoários respondem normalmente às reações do meio, através de tactismos, isto é, mudanças na direção de deslocamento. Os tactismos são positivos e negativos, segundo o animal se dirige ou se afasta do estímulo.

Reprodução dos animais do reino protista

A reprodução dos animais do reino protista pode ser assexuada ou sexuada. A reprodução assexuada pode ser por:

  • Bipartição, divisão binária ou cissiparidade: Consiste na divisão do protozoário em duas células filhas de mesmo tamanho. Nas amebas o plano de divisão é qualquer, nos ciliados, é transversal e nos flagelados é longitudinal;
  • Brotamento ou gemiparidade: A célula se divide desigualmente, distinguindo-se uma célula maior (célula mãe) e outra menor, chamada broto, que depois se destaca e cresce até atingir o estado adulto. O processo é comum em Suctórios;
  • Divisão múltipla ou esquizogonia: A célula divide o núcleo e o protoplasma, segmentando-se em quatro ou mais seres. Apenas a parte periférica sofre divisão, a parte central não se divide e constitui o citoplasma residual que degenera. A célula original é a esquizonte e as novas são as merozoitas.
  • Plasmotomia: É a divisão de um protozoário plurinucleado em dois segmentos.

Reprodução sexuada

A reprodução sexuada dos protozoários compreende dois processos principais e predominantes nos animais que constituem o reino protista:

  • Copulação: Consiste na união de duas células que funcionam como gametas, havendo fusão dos núcleos e citoplasma, formando-se uma célula-ovo ou zigoto. Os indivíduos que se conjugam são chamados isogametas, quando iguais em forma e tamanho. Fala-se em anisogamia quando os indivíduos diferem em forma e tamanho; distinguindo-se um macrogrameta (gameta feminino) geralmente esférico e um microgameta (gameta masculino) fusiforme. O zigoto formado na copulação dos animais do reino protista sofre um processo de esporogonia, formando esporozoítas;
  • Conjugação: É a união transitória de dois indivíduos, durante a qual ocorre troca mútua de partes nucleares.

Encistamento dos protozoários

A ingestão e excreção dos protozoários é realizada da seguinte maneira: o citoplasma desidrata-se e, ao realizar a secreção de uma nova membrana cística, isola-se, transformando-se num cisto.

Isso ocorre por meio de variações na temperatura e pela produção de anticorpos do hospedeiro. Os cistos são levados pelo vento, o que garante a perpetuação do indivíduo. Os cistos expelidos por esses representantes do reino protista são abertos por meio da água ou de uma temperatura específica.

Classificação dos protozoários no reino protista

Os protozoários podem ser divididos em:

  • Filo 1 (Plasmadroma): A locomoção é feita por flagelos, pseudópodes ou então pela contração de mionemas.
  • Filo 2 (Ciliophora): Apresentam cílios sugadores em pelo menos um momento de sua vida, possuindo dois tipos de núcleo. Apresentam reprodução assexuada.

 

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