Era Paleozoica – Períodos e características do planeta

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A Era Paleozoica compreende o período entre 545 milhões e 250 milhões de anos atrás. Nessa época ocorreram os primeiros registros de animais com anexos mineralizados, como por exemplo, os que apresentavam carapaças.

No final da Era Paleozoica já existia uma grande diversidade de fauna e flora. Esse período foi marcado pelo maior evento de extinção em massa da história do planeta terra, onde cerca de 90% dos animais marinhos e mais de 60% dos animais terrestres sucumbiram.



Períodos da Era Paleozoica

A Era Paleozoica é dividida em seis períodos diferentes:

  • Período Cambriano: Caracterizado pelo surgimento dos primeiros animais com carapaças;
  • Ordoviciano: Surgimento de uma fauna composta por animais invertebrados e peixes primitivos;
  • Siluriano: Época em que surgiram os primeiros cefalópodes, recifes de corais, plantas terrestres e alguns insetos primitivos;
  • Devoniano: Surgimento dos primeiros peixes com mandíbulas e pulmões;
  • Carbonífero: Transformações climáticas permitiram o surgimento de geleiras, selvas tropicais formação de carvão;
  • Permiano: Apresentava uma fauna diversificada, com moluscos, anfíbios e insetos já bem evoluídos.

A origem da Era Paleozoica

No começo da Era Paleozoica, há cerca de 500 milhões de anos, já a vida alcançara um nível relativamente alto nos oceanos. Um passeio pelas praias da época nos mostraria aglomerações de algas esverdeadas trazidas pelas ondas, e poderíamos reunir uma bela coleção de conchas marinhas, tal como fazemos hoje.

E não nos surpreenderíamos de encontrar, rojando na areia úmida, estranhos seres que lembravam os límulos atuais. Esses seres, as trilobitas, representavam uma das mais elevadas formas de vida daquele tempo, provavelmente evoluídos dos vermes segmentados de corpo mole por meio de endurecimento da pele e soldagem dos segmentos, formando uma cabeça e um corpo distintos.

Trilobitas da Era Paleozoica

As primeiras trilobitas da Era Paleozoica não eram grandes (pouco maiores que uma cabeça de alfinete); tinham corpo muito rudimentar e cabeça mal desenvolvida, desprovida de olhos. Mais tarde progrediram muito; os depósitos dos períodos Ordoviciano e Siluriano revelam fósseis de mais de mil espécies bastante evoluídas.



trilobitas

Quando no apogeu do desenvolvimento, as trilobitas alcançaram mais de um pé de comprido, mostrando um corpo de curioso feitio e muito ornamentado. Tal progresso, porém, foi seguido de rápido declínio; os depósitos dos fins do Permiano contêm poucas espécies desse interessante animal.

Extinção da raça

A elevação geral do solo na Era Paleozoica, acompanhada do recuo do oceano e do desaparecimento dos mares internos, acarretou a extinção desses seres que tinham sido os dominadores da Terra por mais de 200 milhões de anos.

A raça acabou-se completamente ao tempo do apogeu da Revolução Apalachiana. Um ramo lateral da primitiva raça das trilobitas deve ter sobrevivido e, adaptando-se melhor às condições do meio, conseguiu chegar até nós. Os representantes mais recentes desse antigo ramo são servidos em nossas mesas sob forma de camarões, caranguejos, lagostas, etc.



Os euripterídeos – sobrevivendo na Era Paleozoica

Embora as trilobitas fossem animais exclusivamente marinhos da Era Paleozoica, seus parentes próximos, os euripterídeos, devem ter migrado rios acima, para os lagos interiores, onde se afizeram à vida de água doce.

Realmente, enquanto os euripterídeos mais primitivos, criaturinhas de poucos centímetros de comprimento, são encontrados nos depósitos marinhos do Cambriano Superior, fósseis de representantes ulteriores e mais desenvolvidos (medindo até 3 metros de comprimento) aparecem com abundância em depósitos de águas continentais formados 100 milhões de anos depois.

A vida na água doce

A vida na água doce, em lagos e rios, é muito menos sossegada, e também muito mais incerta do que a vida nos oceanos, mesmo na Era Paleozoica. Quantas vezes essas bacias continentais não secaram, separadas de suas fontes de abastecimento?

A maior parte dos animais que ali viviam era naturalmente vítima disso, mas não é impossível que uns poucos tenham logrado reajustar-se às novas condições, quando a evaporação das águas se dava muito lentamente, e continuaram a viver em terra firme.

Os descendentes dos euripterídeos lançados fora da água por força das circunstâncias disseminaram-se pela superfície do planeta na Era Paleozoica e diferenciaram-se nas várias espécies de centopéias, embuás, escorpiões, aranhas, etc. Mais tarde criaram asas, formando a grande classe dos insetos voadores.

O surgimento dos peixes na Era Paleozoica

Volvendo ao oceano dos começos da Era Paleozoica, vamos encontrar outro ramo que seguiu uma linha de evolução totalmente diversa. Certo grupo de vermes, em vez de criarem uma casca de substância córnea ou uma concha calcária em volta do corpo mole, desenvolveram internamente uma espécie de haste rígida que toma toda a extensão do corpo e provavelmente representa o protótipo da espinha dorsal dos peixes e dos vertebrados superiores de hoje.

Exemplo típico dessa fase da transição dos vermes comuns para os peixes temo-lo na espécie atual dos anfioxos, considerados os ascendentes diretos dos primeiros peixes.

Características dos vermes que originaram os peixes

Esses animais veriniformes diferem dos vermes comuns por terem uma coluna cartilaginosa ao longo do corpo e minúsculas “baguetas faringianas” que reforçam as paredes laterais do corpo.

Supõe-se que o desenvolvimento ulterior desse esqueleto rudimentar resultou na formação da espinha dorsal e das costelas., estruturas que diferenciam todos os animais vertebrados dos outros mais primitivos.

É interessante observar que nos tubarões, os quais representam os primeiros peixes “verdadeiros” de que temos conhecimento e que já existiam no Siluriano, a corda dorsal contínua só parcialmente está substituída por anéis cartilaginosos, só se verificando a substituição completa nas espécies superiores de peixes e nos vertebrados mais evoluídos.

Os répteis e anfíbios na Era Paleozoica

A migração de peixes para terra firme na Era Paleozoica e sua consequente transformação em anfíbios e répteis verificaram-se, evidentemente, em virtude do mesmo conjunto de causas que influiu nos invertebrados, e seguindo as mesmas linhas gerais.

É provável que essa transição se tenha efetuado nos começos dá última metade da Era Paleozoica, pois os depósitos do Devoniano superior e do Carbonífero inferior contêm impressões que têm sido interpretadas como pegadas de primitivos anfíbios.

Característica dos fósseis encontrados

Os esqueletos fósseis desses anfíbios, encontrados em grande abundância nos depósitos do Carbonífero superior e do Permiano, indicam que eles pertenciam ao extinto grupo de animais de pesada armadura e crânio solidamente protegido, designados pelo nome de estegocéfalos (isto é, animais de “telhado na cabeça”).

Alguns desses animais que viviam na Era Paleozoica mediam poucas polegadas de comprimento, ao passo que outros, em especial os surgidos durante a última parte do Carbonífero, passavam de 6 metros.

É digno de nota o fato de pelo menos algumas espécies de estegocéfalos possuírem um terceiro olho no centro da testa, olho de que ainda há sinais rudimentares nos anfíbios de hoje e em certos vertebrados superiores.

A vegetação da Era Paleozoica

As primeiras vegetações que apareceram na superfície dos continentes na Era Paleozoica muito se assemelhavam às formas mais simples existentes na água, e limitavam-se aos grandes lençóis de água rasa ou pântanos tão abundantes durante os períodos inter revolucionários.

As florestas desse remoto passado deviam apresentar um aspecto lúgubre e fantástico, constando quase que exclusivamente de samambaias, xaxins, cavalinhas e licopódios, que alcançavam enorme altura.

Todas essas plantas se reproduziam por meio de esporos, sem flores nem frutos; centenas de milhões de anos foram necessários para que as primitivas plantas alcançassem o grau de desenvolvimento a que estamos acostumados hoje.

Características

Como a vegetação da Era Paleozoica se limitava aos extensos pantanais, os troncos mortos dos velhos gigantes das florestas eram cobertos pela água e, decompondo-se fora do contato com o oxigênio do ar, vieram a formar ricos depósitos de carvão.

Esse processo de formação da hulha prosseguiu, atingindo grandes proporções durante a parte média da Era Paleozoica superior; daí advém para esse período, que durou de 285 a 235 milhões a. C., o nome de Carbonífero.