Complexo de Golgi | Função do Aparelho | Complexo Golgiense

O Complexo de Golgi  (também conhecido como Aparelho de Golgi, ou Complexo Golgiense) é uma das várias organelas que compõem as células eucarióticas. Nesse artigo você aprenderá tudo sobre o Complexo de Golgi em um resumo completo.

Qual a função do Complexo de Golgi?

Muitas das vesículas contendo substâncias sintetizadas no retículo endoplasmático movimentam-se pelo citoplasma e acabam chegando ao Complexo de Golgi, organela formada por uma pilha de sacos achatados, maiores que as vesículas. As substâncias que entram no Complexo de Golgi são quimicamente alteradas, sob a ação de enzimas, e saem dentro de novas vesículas pelo lado oposto, para diferentes destinos.



Algumas vão para outras organelas, outras são secretadas, atravessando a membrana plasmática. Assim, o Complexo de Golgi pode ser comparado ao centro de distribuição de uma fábrica, em que os produtos são acabados, acondicionados, rotulados e distribuídos.

É o responsável pelo armazenamento e modificação das proteínas provenientes do retículo endoplasmático. Também é responsável pela produção dos peroxissomos e lisossomos.

Origem das pesquisas

A história do nosso conhecimento do Complexo de Golgi ilustra bem como o conhecimento de organelas celulares depende das técnicas disponíveis em um dado momento. A estrutura foi descoberta em 1898 por Camilo Golgi, que o denominou “Complexo reticular interno”.

Durante as poucas décadas seguintes, o método de Golgi de “impregnação metálica”, com embebimento em tetróxido de Ósmio (mais tarde modificado pelo uso de soluções de sal de sódio), permitiu que os pesquisadores em microscopia óptica demonstrassem um sistema semelhante em muitos tipos de células e que obtivessem evidências iniciais relacionando o Complexo de Golgi com atividade secretora.



Descobertas sobre o complexo golgiense

Encontrou-se o sistema bem evidente em células glandulares e estruturas secretárias surgindo em sua vizinhança. Mas os métodos de Golgi eram difíceis de controlar; a despeito de vários melhoramentos por Golgi e outros, não conseguiam dar resultados coincidentes. Além disto, a estrutura não tinha sido vista em células vivas.

Assim, se desenvolveu uma viva controvérsia entre os que pensavam que o Complexo de Golgi era uma estrutura celular real e os que insistiam que era simplesmente um artefato dos processos de fixação e coloração. Uma enxurrada de publicações não conseguiu esclarecer a situação.

Visão microscópica do aparelho de golgi

Com o desenvolvimento da microscopia eletrônica, contudo, a controvérsia foi encerrada sem dúvidas. Todas as células eucarióticas estudadas, com raras exceções como as hemácias, possuem Complexo de Golgi. Em todos os lugares onde os citologistas clássicos tinham mostrado o aparelho de Golgi em seus desenhos, os que trabalham em microscopia eletrônica encontraram pilhas de sacos achatados, cada um delimitado por membranas de superfície lisa.

Localizadas próximo, e às vezes conectadas aos sacos, havia vesículas de vários tamanhos. Era neste sistema de membranas que o ósmio ou a prata se depositava durante os processos clássicos de impregnação.



visão-microscópica

A microscopia eletrônica também mostrou que os materiais secretórios em muitos tipos de células glandulares são embalados dentro de corpúsculos delimitados por membranas, pelo Complexo de Golgi ou sistemas relacionados.

Alguns outros materiais não são secretados, tais como os componentes de grânulos de pigmento, e possivelmente as enzimas hidrolíticas agrupadas nos lisossomos também são embaladas pelos sistemas de membranas associados ao Complexo de Golgi.

Morfologia funcional do Complexo de Golgi

Há uma grande diversidade em tamanho e forma do Complexo de Golgi em diferentes tipos de células. Por exemplo, nos neuronios, uma rede elaborada circunda o núcleo, enquanto em células animais que secretam proteínas ou materiais ricos em glicídios e em células absortivas o Complexo é mais compacto e em geral está localizado entre o núcleo e a superfície da célula onde ocorre a secreção ou absorção.

Em muitas células de vegetais superiores, e em muito poucas células animais, o Complexo de Golgi parece ser constituído de muitas unidades não conectadas, chamadas dictiossomos. As células vegetais podem conter de dúzias a centenas (ou milhares em algumas algas) destes dictiossomos, cada um constituindo uma pilha de sacos de Golgi.

Sacos de pilhas

O número de sacos nas pilhas de Golgi variam de três a sete na maioria dos tipos de células animais e vegetais até 10 ou 20 em algumas células como o organismo unicelular Euglena.

Alguns pesquisadores acreditam que certos vegetais inferiores utilizam um só saco para seu Complexo de Golgi. Nas pilhas, os sacos são separados um do outro por uma distância relativamente constante de 200 a 300 A.

A natureza do material ou as forças que os mantêm juntos empilhados é desconhecida, mas em poucas células é vista uma fina camada de um material eletrondenso, às vezes fibrilar, no meio do espaço de 200 a 300 A.

Os próprios sacos têm largura variável, às vezes bem planos e às vezes dilatados por materiais que dentro dele se acumulam. Muito frequentemente, as bordas mostram dilatações locais, que são etapas do brotamento de vacúolos ou vesículas.

Polarização Cis e Trans no aparelho de golgi

O Complexo de Golgi possui duas faces: Cis e Trans. Na face Cis, ocorre a modificação e multiplicação (x2) de proteínas; já na face Trans, essas proteínas são armazenadas em vesículas membranosas, o que acarreta no surgimento de enzimas, lisossomos e peroxissomos.face-cis-trans

As diferenças cis-trans podem ser bem pronunciadas em células secretoras; por extensão, frequentemente se supõe que a face trans, onde os produtos secretórios são finalmente acondicionados, é simplesmente orientada em direção à superfície celular onde os produtos se destinam a ser liberados.

As secreções poderiam então se mover mais ou menos em linha reta, do Complexo para as reservas de corpúsculos secretários aguardando a liberação. Mas frequentemente o assunto não é assim tão simples.

Formação do complexo de golgi

Em muitas das células com um Complexo de Golgi elaborado, os sacos empilhados formam disposições em forma de taça, com a face trans orientada para o interior da taça, ou têm uma disposição mais complicada.

Isto pode levar, por exemplo, a uma distribuição de sacos como a no frontispício, na qual os grânulos secretórios se formam de estruturas de face trans que, em grande parte de sua extensão, se orientam “para dentro” em direção ao núcleo e não “para fora”, em direção à superfície celular.

A questão é que esta passagem de secreções do Complexo de Golgi para o local de liberação da célula necessita, muitas vezes, de sistemas de orientação que pelo menos iniciem o seu movimento na direção correta.

Complexo Golgiense – Análise

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