Poliqueta – Características e alimentação do anelídeo marinho

O poliqueta é um animal da classe dos anelídeos. Trata-se de um verme marinho que chega a atingir até 45 cm de comprimento. O corpo é alongado, dorso-ventralmente achatado e constituído por 200 ou até mais metâmeros. Conheça tudo sobre esse curioso animal nesse resumo completo.

Características do poliqueta

A cabeça de um poliqueta é formada pelos dois primeiros segmentos, respectivamente, designados por prostômio e peristômio. No prostômio distinguem-se anteriormente dois curtos tentáculos prostomiais; lateralmente dois palpos cônicos e dorsalmente quatro olhos dispostos em trapézio.



O peristômio apresenta ventralmente a boca e dorsalmente quatro pares de longos tentáculos peristomiais com funções tácteis e gustativas. Nos demais segmentos, com exceção do último, aparecem os parapódios, sempre um par para cada metámero.

anatomia-do-poliqueta

Cada parapódio é dividido em dois ramos ou lobos: um dorsal, o notopódio e outro ventral, o neuropódio. Cada lobo divide-se por sua vez em dois lábios onde se implantam numerosas cerdas.

Notopódio e neuropódio apresentam, respectivamente, os cirros dorsal e ventral, apêndices tentaculiformes que funcionam como elementos sensoriais. Num parapódio cortado transversalmente observamos que uma cerda mais espessa, chamada acícula, atravessa cada lobo do parapôdio servindo como elemento de sustentação.



Paredes do corpo

Compõe-se de uma delgada cutícula secretada pela epiderme subjacente e da musculatura, na qual se distingue uma camada periférica de fibras circulares e outra, bem mais espessa, constituída por fibras longitudinais, dispostas em quatro faixas. Feixes musculares dispostos obliquamente servem para movimentar os parapódios.

Cavidade do corpo de um poliqueta

O poliqueta é totalmente  revestido pelo peritônio, um epitélio de natureza mesoblástica, constituindo um verdadeiro celoma. A espaçosa cavidade do corpo é subdividida em sacos celomáticos, através, dos dissepimentos. Há perfeita concordância entre as segmentações externa e interna.

O tubo digestivo começa com a boca ventral, seguindo-se faringe, esôfago, estômago-intestino e ânus. A faringe pode ser protraída como tromba através da boca e apresenta na extremidade um par de mandíbulas quitinosas. O esôfago é curto e recebe duas grandes glândulas digestivas.

Segue-se o estômago-intestino, um tubo retilíneo que desemboca no ânus. O tubo digestivo do poliqueta é mantido em posição por septos longitudinais e medianos, os mesentérios dorsal e ventral, originados do peritônio.

Sistema excretor

Para cada metâmero aparece um par de nefrídeos com nefróstoma num segmento e nefroducto atravessando o dissepimento, de maneira que o nefridióporo se encontra no metâmero seguinte.

Sistema circulatório do poliqueta

O sistema circulatório do poliqueta consta de dois vasos principais, um dorsal e outro ventral, interligados por vasos transversais dispostos metamericamente. Alguns vasos transversais sofrem capilarização na parede do corpo e especialmente nos parapódios, enquanto outros atingem a parede intestinal onde se ramificam. O vaso dorsal é de maior calibre, mais contráctil e funciona como um coração impulsionando o sangue no sentido póstero-anterior.

Sistema respiratório

Não existem órgãos respiratórios diferenciados. As trocas respiratórias do poliqueta são realizadas entre o meio externo e os capilares existentes na parede corpórea e nos parapódios, tratando-se, portanto, de respiração cutânea.

Sistema nervoso

Obedece ao tipo fundamental já descrito nos caracteres gerais. Os gânglios cerebróides enviam nervos para os olhos e tentáculos. A cadeia nervosa ventral apresenta um par de gânglios fusionados para cada segmento. Cada gânglio emite numerosos nervos laterais.

Sistema sensorial

Dos órgãos dos sentidos presentes no poliqueta, merecem especial atenção os olhos de organização aperfeiçoada. Em cada olho distingue-se um cristalino circundado por uma retina, constituída pela camada de células pigmentadas fotossensíveis.

O cristalino é uma lente gelatinosa, que concentra a luz sobre as células da retina que entram em contato com o nervo óptico originado no gânglio cerebróide. Os cirros, palpos e tentáculos são ricos em células sensoriais captando estímulos tácteis e químicos.

Reprodução do poliqueta

Os sexos são separados. Não existem órgãos sexuais permanentes. Na época da reprodução aparecem as células sexuais formadas a partir do peritônio. Quando as células amadurecem, desprendem-se, caem no celoma e atingem o exterior através dos nefrídios ou até por ruptura da parede do corpo. A fecundação é externa fundindo-se óvulos e espermatozoides na água do mar. O desenvolvimento é indireto.

 

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