CORÇA | Habitat do Animal | Características | Significado | Resumo

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A corça (Capreolus capreolus) é um elegante animal, da espécie dos cervídeos. Nesse artigo você irá aprender tudo sobre o animal em um resumo completo.

Características da corça

A corça atinge um comprimento de 1,30 m e uma altura no garrote, que vai a 75 cm. A cauda, rudimentar, mede apenas 2 cm. O peso do animal adulto varia entre 15 e 30 kg. A fêmea é sempre menor que o macho. Este cervídeo tem um aspecto um pouco atarracado.



Exibe cabeça chata e curta, pescoço delgado, mais longo que a cabeça, e corpo relativamente robusto, mais grosso em sua parte anterior e mais baixo no garrote que na garupa. Os membros são longos e finos, os cascos pequenos, estreitos e cortantes.

Os grandes olhos da corça apresentam-se franjados por longos cílios na pálpebra superior, sendo as glândulas lacrimais odoríferas pequenas e pouco visíveis. As galhadas são caracterizadas por grandes rosetas (espécie de golas ósseas, ornadas de asperezas ou pedriscos) e Instes robustos cobertos de excrescências muito salientes.

Galhadas

Normalmente, o Inste principal produz apenas dois ramos (chifre forcado), o que dá um total de 3 pontas por galhada, mas já foram observados indivíduos com um número maior de pontas. Trata-se, entretanto, de exceções, e as galhadas dotadas de cinco pontas constituem, ao que parece, o mais alto grau de desenvolvimento que se pode encontrar na corça.

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As galhadas deste animal apresentam frequentemente toda a sorte de irregularidades, encontrando-se fustes com as formas mais estranhas e esgalhos denteados ou alargados com pequenas pás. Segundo as estações, a corça exibe duas roupagens distintas.

Pelagem do animal

Durante o verão, a pelagem compõe-se apenas de pelos cerdosos, enquanto que no inverno nascem pelos de feltro lanoso. Os pelos cerdosos são curtos, hirsutos e rígidos, ao passo que o feltro é longo, ondeado, macio, suave, caduco e de cor bem diferente da dos pelos. No verão, a parte superior e exterior do corpo exibe uma tonalidade ferrugíneo escura, sendo no inverno bruno-cinzenta.

O ventre e a parte interna dos membros da corça mostram-se sempre mais claros. A parte posterior das coxas, sob a cauda embrionária, apresenta uma mancha clara, bem delimitada, amarelada no verão e branca no inverno, que é chamada fralda. Alguns indivíduos velhos possuem uma mancha branca na base do pescoço. a qual é chamada guardanapo.

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Nos jovens destacam-se, sobre o fundo ruivo da pelagem, numerosas e pequenas manchas redondas, de coloração branca ou amarelada. Em algumas regiões encontram-se variantes de cores que se mantêm durante várias gerações, existindo corças negros, brancos, malhados ou prateados.

Distribuição geográfica

A corça encontra-se largamente espalhado na Europa, salvo em sua parte setentrional, e em todo o centro da Ásia, estando sua atual distribuição condicionada à intervenção do homem. – Nas regiões em que vive, a corça habita de preferência as matas de corte e cerrados de bosques novos, assim como as florestas de árvores altas, tanto na planície como na montanha.

Habitat da corça

A vegetação baixa das regiões brejosas constitui também uma de suas moradas prediletas. O animal desce para a planície no inverno, indo no verão para a montanha, que sobe cada vez mais à medida que a temperatura aumenta. Na Sibéria faz migrações muito regulares quando tem possibilidade de invernar em suas zonas de residência estival.

Na França, a corça vive muito bem nas matas de corte e nos pequenos bosques situados na orla das florestas maiores, chegando mesmo a frequentar as planícies cultivadas.

Hábitos

No princípio do verão demora-se nos campos e passa seus dias entre os cereais que estão amadurecendo.  Não é animal sedentário, no verdadeiro sentido da palavra, exceto nas regiões em que se sente em perfeita segurança.

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Mais que o cervo e o gamo, sua paixão pela liberdade leva-o, por necessidade, a mudar de morada, de alimentação e por vezes mesmo de companhia.

Os movimentos da corça são flexíveis e elegantes. E um saltador notável, que transpõe sem dificuldade largos fossos; sem qualquer esforço, salta por cima das sebes ou de grandes moitas. Nada ou executa escaladas com perfeição, ouve, fareja e vê maravilhosamente. Além disso é matreiro e prudente, embora de natural bastante confiante.

Comportamento

Enquanto é jovem revela-se de gênio bom, mas, à medida que envelhece, torna-se teimoso, obstinado e bravo. A fêmea não tem melhor gênio, mas é bastante forte para mostrar-se perigosa, ao passo que o macho pode tornar-se completamente insuportável.

Impertinente e brutal com seus companheiros mais fracos, chega a maltratar a própria fêmea e os filhotes. Está sempre pronto a assestar os chifres pontudos contra o adversário. Durante a maior parte do ano, as corças vivem em pequenos grupos familiais, compostos de um macho e de uma fêmea, por vezes duas ou três, e seus filhotes; quando há deficiência de machos, não raro se veem formar hordas que agrupam de 12 a 15 indivíduos.

Alimentação da corça

No verão a corça come, de preferência, as folhas e os brotos das árvores mais folhudas, os cereais verdes e, sobretudo, a erva dos prados naturais ou artificiais. No inverno come os brotos das coníferas, da urze e da giesta, e faias e frutos selvagens. E guloso por sal e sente necessidade de água pura.

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Depois das chuvas fortes, costuma lamber as gotas que ficam sobre as folhas e, em caso de necessidade, recorre também ao orvalho. Introduz-se muitas vezes nas hortas para devorar os legumes, galgando, se necessário, as cercas bem altas.

Perda das galhadas

O macho adulto, perde sua galhada (chifres) em outubro ou novembro. No fim de março ou, o mais tardar, em abril, os novos cornos já atingiram seu desenvolvimento completo.

É por essa altura que o gênio do animal começa a modificar-se, mostrando-se ele menos dócil e menos calmo do que quando se achava privado de suas defesas naturais, embora não se revele logo muito agitado.

Entretanto, é em meados de julho que o comportamento da corça se transforma radicalmente, e o animal, impelido por violenta necessidade de combater, deixa seus companheiros para andar pelo campo sozinho, pronto para afrontar todos os machos que encontre e emitindo gritos curtos e roucos.

Reprodução da corça

A corça fêmea, igualmente muito perturbada durante este período, chama o macho com um grito típico. Depois do cruzamento, o óvulo da fêmea fica em estado estacionário durante cerca de quatro meses e meio, o que se dá até meados de dezembro, quando começa a desenvolver-se com surpreendente rapidez. Este fenômeno de implantação retardada é único na família dos Cervídeos, sendo de 280 dias a duração total da gestação.

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No princípio do mês de maio, 4 ou 5 dias antes da parição, a fêmea, chamada cabrinha, afugenta os filhotes da parição anterior e retira-se para um local isolado da floresta. Sua primeira parição é geralmente de um só filhote, quase sempre uma fêmea, mas, a partir da segunda, são mais comuns os nascimentos gemelares, que em geral compreendem um macho e uma fêmea. As velhas cabrinhas chegam a ter 3 filhotes.

Os filhotes da corça nascem com uma pelagem ruiva mosqueada de manchas brancas, dispostas em faixas que eles conservam até a entrada do inverno, quando ganham a pelagem cinzenta da estação, semelhante à dos adultos.

Desenvolvimento dos filhotes da corça

A mãe mantém os recém-nascidos escondidos durante o maior tempo possível e, ao menor sinal de perigo, alerta-os batendo com a pata no chão ou emitindo um assovio particular.

Assim que ouvem o assovio, os filhotes inicialmente agacham-se no chão, seguindo depois a mãe na fuga. Durante seus primeiros dias de vida, quando as pequenas corças ainda são incapazes de correr, a mãe foge para longe da morada a fim de obrigar o inimigo a persegui-Ia.

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Se os filhotes são apanhados, a corça segue por muito tempo o raptor, mesmo que este seja um homem, e manifesta sua dor com gritos angustiosos e contínuos vaivéns. Oito dias após a parição, a cabrinha leva seus filhotes para pastar e eles, 10 ou 12 dias mais tarde, já estão bastante robustos para segui-Ia por toda a parte.

Crescimento

Aos 14 meses de idade as corças estão aptos para a reprodução. Sua duração média de vida em liberdade é de cerca de 12 anos, podendo excepcionalmente atingir 17 anos. Em cativeiro, não passa de 7 anos. Por volta do fim do quarto mês o osso frontal do macho começa a abaular-se.

Durante as 4 semanas seguintes formam-se pequenas protuberâncias, cujo volume vai aumentando até o inverno, quando aparecem as primeiras galhadas da corça. Estas, que não são ramificadas e medem de 8 a 10 cm, chamam-se aspas.

Corça e seu filhote

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