Aranha Marrom – Características, Picada e Tamanho | Aracnídeos

A seguir, apresentaremos tudo sobre a aranha marrom (Loxosceles), uma pequena espécie de aracnídeo. Aprenda aqui tudo sobre suas características, tamanho e o que fazer no caso de uma picada.

Aranha marrom: tamanho e características

A aranha marrom é pequena, apresentando um tamanho de cerca de 3 centímetros. Assim como os demais tipos de aranhas, seu corpo é revestido de pelos mais ou menos densos, divide-se em cefalotórax e abdome, ligados por um pedúnculo denominado pedículo ou pecíolo.



Embora no animal adulto as partes não apresentem segmentação, a embriogênese revela que o cefalotórax é formado pela fusão de seis segmentos, o abdome da união de doze.Recobrindo dorsalmente o cefalotórax, encontramos a carapaça ou escudo dorsal, invólucro quitinoso bem resistente, que se curva lateralmente para baixo.

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Na margem anterior do cefalotórax existem, geralmente, oito olhos simples, com disposição variada e constituindo um caráter sistemático. Ventralmente, o cefalotórax  da aranha marrom é recoberto pelo esterno, bem menor do que a carapaça e com a forma de um escudo heráldico.

Apêndices

Entre a carapaça e o esterno da aranha marrom inserem-se seis pares de apêndices. Como primeiro encontramos as quelíceras, constituídas por dois artículos: um basal volumoso e um terminal transformado em garra. No artículo basal encontra-se um sulco, no interior do qual se encaixa a gana quando em repouso.



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É na aguçada extremidade da garra da aranha marrom que se abre o canal da glândula de veneno. O segundo par de apêndice é representado pelos pedipalpos ou maxilipalpos, semelhantes às patas locomotoras e formadas por seis artículos, sendo os basais alargados e transformados em lâminas mastigadoras.

Os 4 pares de pernas

Na aranha marrom fêmea o palpo termina em pequena garra, no macho o artículo terminal apresenta o chamado bulbo genital usado para introduzir espermatozoides na fêmea. Seguem-se quatro pares de patas ambulatórias bastante semelhantes entre si. Cada pata é composta por sete artículos, respectivamente designados por coxa, trocanter, fémur, patela, tíbia, metatarso e tarso.

O tarso provido de duas ou três garras móveis e denteadas também denominadas unhas pectineas, especialmente desenvolvidas nas patas posteriores onde formam um aparelho para a fiação e construção das teias. A única abertura encontrada no cefalotórax da aranha marrom é a boca, situada entre quelíceras e pedipalpos.



Abdome

Assim como todas as demais espécies, o abdome de uma aranha marrom é totalmente desprovido de apêndices; na fêmea é semelhante a uma avelã, no macho é menos bojudo e mais alongado. O invólucro quitinoso que o recobre não é tão resistente, sendo o abdome bem mais dilatável que o cefalotórax. Na face ventral do abdome aparecem anteriormente duas ou quatro aberturas dos “pulmões”.

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Logo a seguir nota-se a abertura genital, que no macho é uma fenda transversal e na fêmea é recoberta por uma lâmina quitinosa, a epígene. Na extremidade posterior aparecem dois a três pares de fiandeiras, apêndices cônicos que constituem o aparelho de fiação. Logo atrás das fiandeiras existe o ânus.

Sistema digestivo da aranha marrom

O sistema digestivo da aranha marrom compreende: boca, esôfago, estômago, intestino e reto. O esôfago é um tubo longo e estreito ligando a boca ao estômago. Dorsalmente situado no cefalotórax encontramos um estômago sugador, acionado por músculos que se inserem na face interna da carapaça; do estômago partem cinco pares de cecos, um anterior e os demais penetrando nas patas.

Segue-se o intestino que se alarga no abdome, recebe uma volumosa glândula digestiva, chamada fígado e estreita-se formando o reto, que termina em ânus. Junto ao reto existe um grande divertículo dorsal, a bolsa estercoral onde se acumulam as fezes. A aranha marrom, assim como as demais espécies de aranhas, é carnívora. As quelíceras servem para agarrar e matar a presa, que será triturada entre os pedipalpos e sugada pelo estômago.

Sistema respiratório

Os órgãos respiratórios da aranha marrom são os “pulmões” ou filotraqueias, sacos que apresentam a parede interna formando 15 a 20 lâminas delgadas e paralelas, dispostas como as folhas de um livro. Em cada lâmina existem numerosos espaços onde circula o sangue.

O ar penetra nas filotraqueias através das aberturas existentes no abdome; as trocas respiratórias ocorrem entre o ar e o sangue contido nas lâminas. Ao lado dos pulmões podem ser encontradas traqueias idênticas às dos insetos, com espiráculos próximos das fiandeiras.

Sistema excretor

Realizam a excreção um par de tubos de Malpighi, ramificados, desembocando junto a bolsa estercoral e ainda um ou dois pares de glândulas coxais situadas no assoalho do cefalotórax. Estas glândulas, que são consideradas homólogas às glândulas verdes dos crustáceos excretam através de duetos que se abrem entre as pernas.

Sistema circulatório da aranha marrom

É do tipo lacunar. O coração da aranha marrom é um tubo contráctil, dorsalmente situado no abdome, envolvido por um sinus pericárdico e provido de três pares de ostíolos, para a entrada de sangue. Do coração partem duas artérias: uma aorta caudal, estendendo-se posteriormente e urna aorta anterior enviando pares de artérias para o estômago, pernas, olhos e glândulas venenosas.

O sangue é formado por um plasma contendo amebócitos e hemocianina dissolvida, como pigmento respiratório. O coração impulsiona o sangue para as artérias que o distribuem para os tecidos. O sangue que abandona os tecidos é transportado por um sistema de lacunas até os “pulmões”, onde sofre a hematose, retornando ao pericárdio através de um par de “veias pulmonares” e penetrando no coração pelos ostíolos.

Sistema nervoso

O sistema nervoso central da aranha marrom está condensado no cefalotórax sendo constituído por um volumoso gânglio cerebróide, ligado por dois conectivos periesofagianos a uma massa ganglionar ventral, de onde se irradiam nervos para os diferentes órgãos. Gânglios pares e abdominais só aparecem em formas jovens em evolução.

Sistema sensorial

Como órgãos visuais de uma aranha marrom aparecem ocelos, constituídos por camada epitelial, lente, células pigmentares e retinianas. Os pedipalpos e numerosas cerdas que recobrem o corpo funcionam como órgãos tácteis. Para o sentido do gosto existem os órgãos liriformes, situados nos apêndices e constituídos por grupos de células quimiorreceptoras.

Glândulas venenosas da aranha marrom

Situadas no interior das quelíceras, são saculiformes e providas de um longo canal excretor que se abre na ponta da garra das quelíceras. Num dos itens seguintes abordaremos os efeitos da peçonha.

Aranha marrom: picada pode matar?

A aranha marrom não costuma atacar seres humano. Entretanto, eventualmente podem ocorrer acidentes involuntários. A picada não costuma ser sentida, porém, após 12 ou 24 horas o local começa a coçar e a criar bolhas. Isso acontece, pois o veneno começa a destruir as células existentes no local.

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Em seguida, começam a surgir sintomas como mal estar ou dores de cabeça. A aranha marrom é uma das espécies que possuem o veneno mais perigoso para o ser humano, podendo muitas vezes levar ao óbito. Por isso é importante que, caso haja um acidente envolvendo esse animal, o indivíduo procure por um médico para que possa tomar o soro antiofídico.

Glândulas sericígenas

As glândulas sericígenas estão situadas no abdome, desembocam nas fiandeiras e produzem o fio usado para tecer a teia.

Reprodução

Assim como todas as espécies de aranhas, a aranha marrom é um animal de sexo separado, com dimorfismo sexual sendo as fêmeas maiores e com as diferenças já apontadas. O macho apresenta um par de testículos com canais deferentes enovelados, desembocando em vesícula seminal simples, ligada ao poro genital.

Na aranha marrom fêmea encontram-se dois grandes ovários situados abaixo do intestino e providos de ovidutos que terminam em vagina, lateralmente comunicada com dois receptáculos seminais. O macho, quando maduro, tece uma pequena teia sobre a qual ele deposita uma gota de esperma, onde mergulha a ponta do bulbo. O canal do bulbo enche-se de esperma por capilaridade e o macho fica assim pronto para a copulação.

Então ele procura acercar-se da fêmea e após a chamada dança nupcial introduz o pedipalpo na abertura genital feminina, fertilizando-a. Geralmente a aranha marrom fêmea tece um casulo no interior do qual deposita os ovos. Muitas fêmeas carregam o casulo, outras deixam-no na teia. O desenvolvimento é direto.

Aranha marrom: picada perigosa

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