A ordem dos Sirênia (ou sirênios) reúne mamíferos aquáticos – tanto na água doce como na salgada – que constituem uma etapa na adaptação dos mamíferos à vida aquática. Esta adaptação, jamais adiantada nos Sirênias do que nos Pinípedes (focas e otárias), atingi sua perfeição nos Cetáceos.
Característica dos sirênias
Os Sirênias são mamíferos aquáticos que apresentam a calda pequena, pescoço indefinido e u corpo maciço, afilado para a parte posterior em forma de fuso e terminado por uma nadadeira horizontal. Esta nadadeira não é formada pela fusão dos membros posteriores, que desapareceram completamente.
Os anteriores modificaram-se em forma de nadadeiras e apresentam, por vezes, vestígios de unhas. O único ponto comum dos Sirênias com as sedutoras sereias da lenda está nas duas mamas das fêmeas, que, localizadas no tórax, lembram grosseiramente o busto feminino.
Os lábios são guarnecidos de cerdas rígidas, com o superior muito desenvolvido e recobrindo o inferior. A dentição evolui continuamente durante toda a vida do animal, observando-se que os incisivos caem muito cedo e os molares desgastam-se e desaparecem por reabsorção.
Curiosidades
O processo de substituição dentária assemelha-se em parte ao dos elefantes, com os dentes subsequentes desenvolvendo-se bem mais. O véu palatino, córneo, forma uma placa mastigatória que tem um papel mais importante do que o dos dentes na trituração dos alimentos. Os orifícios auditivos são destituídos de orelhas.
As narinas desses mamíferos aquáticos abrem-se para cima e o animal pode fechá-las à vontade. Tem uma visão muito fraca por causa da pequenez dos olhos.
Curiosidades dos mamíferos aquáticos
Herbívoros, os Sirênias alimentam-se exclusivamente de plantas marinhas, algas e ervas subaquáticas, o que constitui exceção entre os mamíferos aquáticos.
Os Sirênias são mamíferos aquáticos que vivem de preferência nas águas pouco profundas dos países quentes, em casais ou pequenos rebanhos e parecem ser estritamente monógamos. Sem a agilidade dos outros mamíferos marinhos, os Sirênias nadam e mergulham com facilidade, mas evitam as grandes profundidades.
Famílias de sirênia
A ordem dos Sirênias compreende 2 famílias:
- A dos Triquequídeos, ou lamantins e peixes-boi;
- A dos Dugongídeos, ou dugongos.
Os Triquequídeos
A família dos Triquequídeos reúne os Sirênias dotados de nadadeira caudal em forma de palheta arredondada. Suas nadadeiras peitorais apresentam 4 pequenas unhas chatas. Os Triquequídeos têm apenas 6 vértebras cervicais em lugar de 7.
Como todos os Sirênios, os indivíduos podem apresentar grandes diferenças entre si capazes de levar a classificações ilusórias. Distingue-se, entre esses mamíferos aquáticos, a espécie africana – que vive nos rios e lagunas do Oeste africano, no Senegal e Congo – das espécies americanas.
Lamantim
O lamantim é a espécie mais conhecida e mais estudada da família sirênia. Alguns espécimes podem medir até 4,5 m de comprimento e pesar mais de 600 kg, mas a maioria mede de 2,5 m a 4 me pesa de 160 a 360 kg. A pele, quase completamente desprovida de pelos, tem 5 cm de espessura, e a cor varia do cinza-claro ao negro.
O lábio superior desse mamífero aquático é muito proeminente, serve tomo órgão tátil. E fendido com cada uma das metades independentes. A língua, praticamente imóvel, tem protuberâncias carnosas cobertas de uma pele muito dura e rugosa.
Anatomia
Os pulmões medem cerca de 1 m de comprimento e possuem grande capacidade de contenção de ar. No aparelho digestivo, o estômago é dividido em alvéolos dispostos em leque e o intestino chega a medir mais de 30 m.
Este Sirênia vive na costa oriental da Florida, mar das Caraíbas, costa oriental da América do Sul e rios vizinhos, ocorrendo até o cabo Roso do Norte, no Brasil, sendo entretanto mais comum no Suriname.
Peixe boi
O peixe-boi do Brasil (Trichechus inunguis) é um mamífero aquático muito semelhante ao lamantim. Ocorrendo atualmente nas bacias do Amazonas e do Orinoco, antes podia ser encontrado também no Rio Doce, Estado do Espírito Santo.
Período de gestação do sirênia
Depois de uma gestação de 152 a 180 dias a fêmea dá à luz 1 filhote, que nasce sob a água, normalmente com 1 m de comprimento e cerca de 20 kg de peso, que logo é trazido à superfície, ficando sob os cuidados matemos até os 2 anos de idade.
Os Dugongídeos
Os Dugongídeos são sirênias que distinguem-se pela nadadeira caudal bilobada. Seu corpo apresenta-se mais afuselado que o dos lamantins, com 7 vértebras cervicais e as nadadeiras peitorais completamente isentas de unhas.
O dugongo
O Dugongo, conhecido desde a antiguidade pelos chineses e árabes, é uma espécie de sirênia que só foi descoberto pelos europeus no princípio do século XIX. Seu comprimento varia entre 2,5 e 3 m e pesa de 150 a 250 kg.
O pescoço desse mamífero aquático é muito curto e faz com que a cabeça mais pareça um prolongamento do corpo roliço. As nadadeiras peitorais, grandes e arredondadas, têm dedos apenas perceptíveis pelo tato e a cauda é constituída por uma nadadeira semilunar.
O dugongo distribui-se pelas costas banhadas pelo oceano índico, mar Vermelho, África oriental, ilhas do golfo de Bengala, arquipélago Malaio, Molucas, Filipinas, Nova Guiné e costas da Austrália, ao norte do paralelo 250. Vive no mar, de preferência na embocadura dos rios, mas jamais nestes.
Habitat do sirênia
O habitat preferido desse sirênia são as baías onde abundam as plantas marinhas. O dugongo é um dos muitos mamíferos aquáticos que vive habitualmente em casais, raramente em grupos e só deixa uma localidade quando o alimento escasseia. A gestação é de 11 meses e há nascimentos anuais. São muito perseguidos pelos pescadores que utilizam sua carne, pele e gordura, uma das causas de sua regressão.
Sirênia, animal aquático
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